domingo, 30 de maio de 2010

A escravidão através do Samba: Leilão de Escravos - Unidos da Tijuca 1961.








Mercado de escravos


Enredo: Leilão de Escravos (Unidos da Tijuca - 1961)
Autor(es): Mauro Affonso, Urgel de Castro e Cici

Quem dá mais, quem dá mais (bis)
Negro é forte, rapaz
Era assim
Apregoado em leilão (bis)
O negro que era trazido para a escravidão

Ao senhor era entregue
Para qualquer obrigação
Trabalhava no engenho da cana
Plantava café e colhia algodão
Enquanto isso
Na casa grande, o feitor
Ouvia as ordens
De um ambicioso senhor

Ôôôô
Tenha pena de mim, meu senhor (bis)
Tenha por favor

E o negro trabalhava
De janeiro a janeiro
O chicote estalava
Deixando a marca do cativeiro

E na senzala
O contraste se fazia
Enquanto o negro apanhava
A mãe preta embalava
O filho branco do senhor que adomercia


Ôôôô
Tenha pena de mim, meu senhor (bis)
Tenha por favor

Extraído de: <http://www.sambariocarnaval.com/index.php?sambando=unidosdatijuca1961>. Último acesso em: 25/05/2010.

Os sambas-enredo muitas vezes se constituem em ótimas fontes históricas. Um trabalho sério é feito pela equipe da escola para passar informações pertinentes a respeito da temática da escola, acompanhada de muita criatividade, é claro. Porém, como toda fonte histórica, é preciso termos cuidado de não tomar como verdade absoluta aquilo que é posto nas letras, mas sim analisar com cuidado as informações transmitidas. Como já vimos um pouquinho do que foi a escravidão e já realizamos uma discussão sobre o conceito, vamos voltar no tempo e analisar como a temática do trabalho escravo foi retratada pela Unidos da Tijuca.

A letra deste samba mostra de forma bem clara como era o trabalho escravo e como este escravo era visto pelos proprietários de terras que o utilizava como instrumento de troca.


“... quem dá mais, quem dá mais. Negro é forte, rapaz”...

O escravo como já vimos era avaliado de acordo com a sua capacidade física, idade, sexo etc. Era basicamente um leilão onde quem podia pagar mais levava para casa um escravo que a partir de então serviria como mão-de-obra apenas. Possuir muitos escravos era uma questão de status na sociedade da época.

“... ôôôô tenha pena de mim, meu senhor. Tenha, por favor,”...

Cansados desta vida miserável, os escravos imploravam ao seu senhor piedade, o que não era ouvido. A partir disso, muitos escravos buscavam abandonar essa vida juntando dinheiro para comprar sua liberdade, mas nem todos conseguiam. Muitos planejavam fugas, ou organizavam rebeliões, na tentativa de escapar da dura realidade.
Ao se escolher um escravo, a principal preocupação do senhor era se realmente este escravo tinha força para trabalhar pesado em suas terras e produzir mais e mais.

“... e na senzala o contraste se fazia. Enquanto o negro apanhava a mãe preta embalava o filho branco do senhor que adormecia”...

Esse trecho da música mostra as diferentes funções que o escravo tinha. No caso das mulheres, muitas eram usadas como amas de leite, que eram escravas que acabavam de ter filhos e usavam seu próprio leite para amamentar outras crianças, em sua maioria, filhos de seus próprios senhores. Essas amas de leite tinham um valor muito grande na sociedade escravista.

Viram como é fácil e divertido analisar uma música e aprender através dela, pessoal?


Bom, agora é hora de vocês colocarem a "mão na massa", a tarefa é pesquisar em sites, outras letras de músicas que falam sobre o trabalho escravo e analisá-las. Com base nas aulas e nas discussões feitas aqui no blog, vocês terão que interpretar a música com bastante atenção e escrever o que ela passa pra você.

Boa sorte!

Um comentário:

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