Sabemos que entre os séculos XVI e XIX, os negros eram usados como mão-de-obra escrava para desenvolver as mais diversas atividades, mas sabemos também que o conceito de escravidão ganhou diferentes significados ao longo do tempo.
Com o passar dos tempos, as relações de trabalho no Brasil foram se transformando. Hoje, o trabalhador conta com as leis trabalhistas, existe a justiça do trabalho entre outras garantias. No entanto, não se pode negar que ainda existe muita desigualdade nas relações de trabalho. Muitas pessoas desempenham funções desgastantes e suas remunerações continuam muito aquém do esforço que dispensam não sendo suficiente para a própria subsistência do indivíduo.
Também é comum assistirmos em noticiários patrões que, ainda hoje, mantém seus trabalhadores em condições muito próximas as dos escravos e que acabam ficando atrelados a ele por endividamento, pela necessidade de sobrevivência mesmo.
Diante destas considerações, nos questionamos: Será que a escravidão acabou mesmo? Quais são os vestígios de trabalho escravo que ainda permanece até os dias de hoje? E quais as diferenças e semelhanças entre a escravidão antiga, considerada clássica e a escravidão contemporânea?
O professor Ricardo Rezende Figueira* faz uma análise da relação entre esses dois tipos de escravidão em seu artigo “O que é trabalho contemporâneo”. O autor explica que a relação entre ambas se caracteriza pelas más condições de vida, salários insuficientes além de diversas formas de coação física e moral. Para Ricardo, apesar das diferenças, a escravidão é a melhor categoria para expressar a realidade material de trabalho coercitivo atualmente. Na concepção do autor:
“Por força de construção social, manifestada nas pressões de grupos específicos e no seu uso cada vez mais freqüente pelo conjunto das organizações oficiais e não oficiais, uma modalidade de trabalho forçado tem sido reconhecida como não apenas parecida com a escrava, mas de fato como escrava”.
Podemos perceber que a escravidão contemporanêa é uma dura realidade que está presente em nossa sociedade e que precisa ser superada.
*Ricardo Rezende Figueira é doutor em programa de pós-graduação em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Coordenador do grupo de pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo no núcleo de estudos de políticas públicas em direitos humanos, líder do mesmo grupo de pesquisa no CNPq, professor adjunto 2 do departamento de métodos e técnicas da escola de serviço social da UFRJ e coordenador de pesquisa do NEPP-DH.
Referências:
FIGUEIRA, Ricardo Rezende. O que é trabalho contemporâneo. Disponível em:
Bom pessoal chega de contar História e mãos á obra, vamos produzir História!
Com base em nossas discussões, no texto e nas imagens acima, vocês devem redigir uma pequena dissertação, em que apresentem as características que diferenciam a escravidão clássica da escravidão contemporânea.
Boa sorte!
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